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28 de novembro de 2010

Chuva

Palavras sao como chuva. Caem, caem, caem. O guarda-chuva é um gesto feito por quem se quer proteger das palavras fortemente mal gritadas, da chuva fortemente mal caida. 
Forte analogia.

Às vezes o ser humano tem dificuldade em se expressar e, precipita-se. Basta abrir um guarda chuva, basta ter um gesto  adequado à intensidade da chuva, que bem lá no âmago de uma sublime voz, algo te sussurra ao teu ouvido - tudo ficará bem.

21 de novembro de 2010

Quero andar de balão!

Andar de balão para ver a cidade pelo alto, as planícies, a baía da nossa terra, as construções edificadas... Tudo. Provém disto uma sensação enorme que nos eleva o espírito ainda mais além do que o normal. É uma forma de tocar o céu, de respirar lá do alto, encontrar assim uma espécie de liberdade.
Andar de balão é voar sem asas. É sentirmo-nos perto do que se encontra mais além, o céu. O divino céu. É poder gritar ao mundo sem ninguém nele nos ouvir.
Um dia levo-te a andar de balão, ou tu a mim. Levas-me a voar sem asas pelo mundo, num passeio envolvido com a natureza.
Com certeza seria uma experiência inesquecível...

28 de outubro de 2010

Vida de universitário

Primeiro ano de universidade: "Que porreiro! O melhor do mundo!" - Novas amizades, só borgas, bebedeiras e afins. A nível de disciplinas não são assim tão más, também deparamo-nos com cadeiras que parecem chinês aos nossos olhos, mas que até se passa com algum estudo extra. No segundo semestre já se tem um trabalhinho, pois estar na universidade sem trabalhos é quase que andar no ensino secundário, não é? O pessoal quer (pensar) ser mais adulto, mais trabalhos! Oh, não há. Um único trabalho ocupou imenso tempo, e no final contamos com uma boa nota merecida. É certo que também "comemos" com cada Doutor Professor que não lembra a ninguém, antiquados, demasiado exigentes, outros com aulas monótonas e tal... Mas o que interessa é que passou! Agora só férias… Desfrutar dum belo Verão!

Segundo ano de universidade: "[Logo na primeira semana] Já estou farta disto. Preciso de férias!" - Após um grande Verão regressamos ao Caminho da Penteada para nos depararmos com outro mundo. As amizades que são feitas no primeiro ano, no segundo mudam por completo, passamo-nos a dar mais com quem não sonharíamos andar pela universidade e no café, não estou assim dizendo que é um factor mau. Alguns Doutores Professores continuam nos perseguindo, e conhecemos outros mais chanfrados que os de primeiro ano. E o pior desta situação é que ao contrário do primeiro ano, já no segundo ano no primeiro semestre temos trabalhos e mais trabalhos, estudo e mais estudo! Sim, porque quem tenta estudar na véspera arrisca-se a levar com um -0! Somos como que peixinhos dentro dum aquário em que qualquer parte que nos viremos levamos com água, neste caso levamos com trabalhos e estudo. Ainda não me queixo por completo porque estou no início, mas já gastei mais horas a estudar neste primeiro mês de aulas do que o ano passado, isso sem sombras de dúvidas! E o que me irrita mais e mete-me completamente fora de mim é quando alguém diz "Ah, eu cá não vou estudar agora nem fazer isso, tenho vida social!" E PAROU TUDO! E eu não tenho?! Aliás, toda a gente tem. Apenas há quem queira ter um futuro risonho a nível profissional e se esforce para obter isso!
E por estar tão empenhada em ter um emprego decente, já ando há procura de actividades extra-curriculares que preencham o meu currículo e que comprovem a minha habilidade no mundo do trabalho. Ao contrário de certa gente não quero me deitar "à sombra da bananeira"!

Terceiro ano de universidade: Só para o ano... Mesmo assim, nem quero pensar!

7 de outubro de 2010

Happy Birthday

Dezanove Outonos. Parabéns para mim!
Após 19 anos de existência posso considerar-me feliz, pois a felicidade está presente em pequenos gestos e quando meditamos pela razão da existência somos quase que obrigados a elevar o pensamento de que a vida é bela, ou menos bela nalguns casos, no entanto não deixa de ser bela. Fazemos sempre com que o nosso caminho nesta estrada chamada vida seja mais tolerante a certos actos e, esta pequena atitude faz-nos crescer tanto que de ano para ano amadurecemos mais do que alguma vez pensámos. Posso-me dar ao luxo de afirmar que há relativamente um ano eu não sabia metade das coisas que sei hoje. Instrui-me a nível intelectual, amadureci ainda mais e garanto que tenho relações estáveis das quais me orgulho.
Obrigada mãe, obrigada pai... sem vocês não existiria nem estaria a desfrutar de momentos únicos da minha vida. Estou feliz, muito feliz!
Vou soprar as velinhas... :)

4 de outubro de 2010

Amizades


Carolina Silva e Vanessa Cesário
 Que seriam das pessoas sem amigos? Que seria de mim sem um amigo?
Se não tivesse amigos entrava em paranóia autêntica. Não teria uma melhor amiga para confiar os meus segredos. Não teria nenhum ombro para chorar. Não teria ninguém a quem contar as minhas alegrias. Não teria ninguém para festejar sobre algo que me envolvesse o ser. Não teria nada neste mundo. Ninguém depositaria em mim a sua confiança, ninguém me falaria com sentimento. Só estaria rodeada de conhecidos, nenhum amigo.
Felizmente tenho amigos. Poucos mas bons, o que interessa é saber que tenho uma mão estendida quando me sinto mal. Tenho ouvidos para me ouvirem e uma boca para me repreenderem e me elogiarem. Tenho a delícia de uma companhia sincera e inspiração para escrever pois alguém acredita em mim, no esforço a que me dedico em tudo o que faço.
Os amigos são um bem precioso. Tal como diz Mário Quintana: “A amizade é um amor que nunca morre”!
Muitas vezes tive um ombro que chorei. Outras, o meu ombro também foi usado como consolo. Em todas as vezes arranjámos um tema para comemorar, com o intuito que as tristezas abandonassem o corpo para forçosamente darem lugar à alegria.
As festas são um tema fulcral na nossa sociedade. Sobretudo para as pessoas que merecem o título de amigo. São tantas as festas por que já passei com os meus verdadeiros amigos que nem sei qual delas exprimir nesta reflexão.
Vanessa Cesário e Tiago Bettencourt
Tomo consciência que nada nem ninguém são insubstituíveis, fielmente os chamo amigos. Quando esses precisam de partir por algum motivo, seja ele qual for, nunca me deixam completamente só. Levam um pouquinho de mim e acabam deixando ficar um pouco (grande) pedacinho de si. É assim que me sinto completa, com o coração repleto de vários pedacinhos de pessoas que nunca esqueço. E isto só demonstra que nada na vida é por acaso, que o destino existe e que nos pôs no caminho um do outro por alguma razão. Talvez também seja por esse destino que, quando armado em traiçoeiro, afasta essas pessoas para longe, para outra terra. Para todos aqueles melhores amigos que me tiveram de deixar, sempre desejei muito sucesso, saúde, paz, e que a força da natureza iluminasse os seus pensamentos e sentimentos. Mas quando estas mesmas pessoas voltam para junto de mim passado algum tempo, aí sim, REÚNE-SE OS AMIGOS PARA UMA FESTA DE ARROMBA!

23 de setembro de 2010

Namorar é a melhor coisa do mundo!

É tão bom ter alguém ao nosso lado que nos dê o carinho necessário que só se tem por parte de uma pessoa que gosta mesmo de nós, que nos ame. Não, não é bom… é extremamente bom amar e ser retribuído nesse sentimento, seja qual for o sexo (não sou preconceituosa)! Contudo, já é de senso comum que para dançar o tango é necessário dois, logo se um não quer, o outro é obrigado a não querer. Mas o que é melhor e mais doce que o mel é quando dois seres humanos se unem para fazer algo especial, uma união do mais puro amor que existe.
Simplesmente não há palavras para descortinar o sentimento. Não há nada como acordar e adormecer com aquela pessoa especial a flutuar no pensamento ao som de uma música que seja considerada “nossa”.
Não há como descrever os momentos a dois, todas as peripécias passadas em conjunto. Estar deitado no sofá recebendo carinhos no rosto com palavras com um misto de meiguice e marotice. Sentir aqueles braços nos nossos, os beijos a nos envolverem em fantasia!
Mas como já dito numa reflexão anterior, o amor é um vício. No entanto, este vício nem sempre é mau, nem sempre nos trás ciúme nem insegurança. É uma grande sensação, atrevo-me a dizer que é a melhor de sempre. Os gestos carinhosos de puro amor às vezes devem ser assim, escassos, mas quando feitos devem ser arquitectados com tamanha dedicação para serem relembrados naqueles momentos de ciúme e insegurança. A escrita não transmite a riqueza dos pensamentos que me envolve hoje, agora. Nenhum ser humano tem o dom de transpor em palavras um completo sentimento. Mas acreditem que... a sensação é grande!

21 de setembro de 2010

Conhecer o mundo...

Pôr a mochila às costas e conhecer o mundo, sem dúvida que é uma aventura inagualável!
A expressão “conhecer o mundo” pode ser levada a cabo por diferentes formas de acordo com a personalidade e temperamento de cada um. O certo é que conhecer todos esses mundos é de alguma forma um querer obter mais informação sobre algo.
No meu caso, identifico esta expressão “conhecer o mundo” ao adquirir mais informação a nível de países, pois tal citação está acompanhada por “ponho a mochila às costas” o que suscita igualmente aventura, o descobrimento do que nos rodeia. Simplesmente é pisar um país desconhecido com o intuito de saber mais sobre ele e, com isso enriquecer a nossa cultura geral e sobretudo o nosso currículo.
Definitivamente o título desta postagem remete-me a expandir novos horizontes. Todo o ser humano deveria estar apto a fazer uma pausa na sua vida, tirar férias da cidade que se encontra agora tão poluída e destruída pela mão humana, e, deixar-se levar pela curiosidade da busca do conhecimento por parte de outros países. Aventurar-se no desconhecido, dar um tiro no escuro e ir de forma aleatória percorrer todos os países que se encontram neste mundo! E mediante essa descoberta emocionante, conhecer-se-ia, obviamente, novas culturas, novas tradições, diferentes formas de vida e por conseguinte cada indivíduo que desfrutasse desta grande viagem moldaria de forma gratificante e enriquecedora o seu modo de ser, visto que o ser humano é algo em constante evolução.
Estas reflexões conduzem-me a pensar em algo que faço questão de um dia, num futuro próximo, poder vir a fazer, falo aqui de InterRail.
Fazer um InterRail é nada mais do que ter um passe com o qual os jovens podem viajar de comboio pela Europa. É um passe flexível na medida que dá acesso a viajar livremente por toda a Europa sem limite de viagens. Não seria uma peripécia impressionante percorrer toda a Europa num mês? O InterRail possibilita-nos descobertas e experiências únicas, isto para não falar que é muito vantajoso o ter no currículo. Facilita-nos visitar a Europa, planear livremente a viagem e os recursos, isto é, pôr realmente a “mochila às costas” com os bens essenciais à existência de um indivíduo, roupa prática, boa disposição e, claro, uma tenda para dormir nos inúmeros parques de campismo que se encontrarão na viagem, o que facilita andar de lugar em lugar conhecendo deste modo novas pessoas, fazendo novos amigos, partilhando culturas estando de mãos dadas com o espírito de aventura, descoberta, camaradagem…
Porque não um dia pôr realmente a “mochila às costas” e fazer tudo isto? O que nos esperaria era nada mais, nada menos do que uma experiência ÚNICA e INESQUECÍVEL.

Um dia será este dia. :)

6 de setembro de 2010

Devaneio II

Confusões e multidão agitada estão os portugueses fartos. Face às actividades e regalias a que certos seres humanos se subestimam, há que ter a perfeita noção que para atingir o ponto de chegada de uma determinada meta é preciso, devidamente, andar em círculos até chegar ao ponto do destino dessa meta, dessa recta. Conseguem imaginar atravessar uma recta em círculos? É o atravessamento de uma rua por um alcoólico anónimo (ou se calhar até bem conhecido), percorrendo-se assim longos caminhos até chegar ao desejado, sem ele próprio ter a perfeita consciência que é merecedor de ser o ponto desejado e que por ele é obrigatório, ou simplesmente escapatório, viver em círculos durante ápices momentos para se atingir a maturidade apta à convivência com a meta de chegada, com o desejado.
Qual o ponto do destino da tal recta? É o ponto que compreende a perfeita noção da alegria do futuro que esperamos. Após várias peripécias do destino a meta que continuamente ambicionamos parece-nos bem perto a olho nu. Contudo se olharmos para trás relembramos os círculos que tivemos inevitavelmente de contornar para que numa atitude segura atingíssemos o ponto alvo por que tanto ansiámos desde o dia de início da loucura equiparável de atravessar uma recta em círculos. 
Frustrante terão sido todos os círculos a que nos adaptámos a diversas situações que não nos valeram de nada para aquele futuro, mas nada é em vão. Sem às vezes termos noção, tudo deixa ficar um pouco de si em nós fazendo-nos crescer revolucionando uma cadeia de acontecimentos com um único objectivo: para quando chegarmos finalmente àquele ponto possamos olhar para todo o caminho percorrido com um sorriso no rosto e uma pequena lágrima e pensar “Como teria sido se eu ficasse no círculo?” Resposta fácil meus caros, não estaríamos na suposta felicidade que nos encontramos agora.

11 de agosto de 2010

Cães, gatos... Porquê o abandono?

Miminhas, a minha gata. :)
O mais recente membro da família Cesário é quadrúpede, do sexo feminino e a sua língua materna é o miar. Apresento-vos a Miminhas, um anjo a dormir, mas o diabo quando desperta. Este pequeno "projecto de gato" foi adoptado dia 17 de Julho com duas ou três semaninhas e já se pode dizer que adora a sua nova casa como também a sua nova família.
Sempre tive um carinho muito especial por animais, sobretudo por felinos. Esta pequena bolinha de pêlo não foi adoptada nas ruas, mas poderia ter sido, pois a quantidade de animais domésticos pelas ruas do nosso país chega a um número impressionante, completamente absurdo.
Abandonar animais é crime, punido com multa e prisão de 3 meses a 1 ano.
Muitos seres humanos vêem os animais de estimação como amigos, até alguns os tratam como filhos, outros vêem-nos como objectos que podem ser abandonados quando ao dono assim lhe apetecer.
Abandonar um animal é um acto cruel, mas infelizmente é o que acontece em pleno século XXI. A razão do abandono dos animais é consequência dos seus donos apenas preferirem-nos quando são pequenos em que não fazem grandes distúrbios ou quando não dão tanta despesa a nível de comida, etc. Quando começam a crescer a responsabilidade posta nos seus donos aumenta, na medida de que o animal pode-se tornar destrutivo dentro e fora de casa, agressivo com as pessoas, activo de mais, requerer muita atenção, latir ou uivar muito, morder, ser desobediente, não ser amistoso, não se adaptar com outros animais…
Abandonar animais é outra moda fútil de festas e férias. Outra razão para o motivo deste abandono são as férias prolongadas que os respectivos donos se sujeitam, não tendo com quem deixar os seus animais de estimação, querendo apenas livrarem-se do “estorvo” para poderem viajar, no entanto, quando os compram ninguém se lembra disso.
Todavia, é de senso comum que cães e gatos abandonados nas ruas podem representar um risco não só de doenças como também de ataques às pessoas.
O ideal é ter bom senso e pesquisar muito antes de adquirir um animal pois com ele vêm direitos mas também obrigações. Afinal ele é um ser vivo, tem sentimentos e sofre como nós.
Eu era incapaz de abandonar um animal de estimação, seja ele qual for. Tal como nós desenvolvemos uma relação de afecto com um animal, por consequência disso esse mesmo animal também desenvolve essa mesma relação connosco, humanos. Estabelece-se aqui uma amizade especial que apenas tem uma pequena linha pelo meio, linha essa que separa o ser humano do animal.
São já muitos estudantes, advogados, engenheiros, dentistas, professores, donas de casa, etc, que se juntam voluntariamente para ajudar aqueles que não se podem cuidar sozinhos na rua, aqueles que não têm culpa do egoísmo e narcisismo humano.
Porque não ir à SPAD e adoptar um animal? Hoje pode ser o dia! :)

30 de julho de 2010

Felicidade

Vanessa Cesário
Felicidade é um enigma que desde sempre inquieta a humanidade. É algo com uma difícil caracterização precisa, pois talvez seja apenas uma sensação de bem-estar, um sentir-se bem.
O ser humano não possui um botão que se liga permanentemente garantindo felicidade, pois é inapto ao homem estar bem o tempo todo. Contudo, esta emoção não precisa ser uma eterna projecção.
A felicidade encontra-se assim em pequenos gestos. Estar feliz ou triste é um ir e vir.
O ser humano por inteligente que é, é hábil em ter sentimentos, na medida que o arquitecto das suas aflições é ele mesmo: o Homem. Por este ordem de ideias o objecto de felicidade é o ser humano. Se ele não está bem, torna-se um pouco difícil fazer outro alguém sorrir, mais fácil será ter um sorriso espelhado no rosto e sorrir para a vida. A isso chama-se de felicidade, de estar bem com a vida, ou tentar estar bem. A vida não passa de uma tentativa de ser feliz.
Alguém é feliz quando sorri. Eu sou feliz quando sorrio. =)

3 de julho de 2010

Mar

O mar acalma-me.
Vanessa Cesário
Por vezes dou por mim sentada na minha varanda a apreciar a beleza de viver numa ilha, o mar. Adoro sentir o cheiro da maresia, de poder observar o sol beijando o mar, da sensação do vento a bater levemente na minha cara arrepiando-me os braços, ao mesmo tempo que me aquece a alma.
Quando me deparo com a baixa do Funchal toda iluminada pelos primeiros raios de sol, envolvida com o calor de uma manhã de Verão, apetece-me continuar desfrutando daquela doce sensação que me envolve numa viagem aparentemente sem retorno pelos confins do pensamento. É uma paz imensa estar perante o mar e respirar fundo, acalmando-nos a nós mesmos.
Quando me encontro ao pé do mar sinto-me leve, é como se abrisse as minhas asas imaginárias e voasse até o horizonte. Desta maneira sinto-me livre, como se fosse a borboleta mais livre à face da terra. Para sentir mais docemente esta imensidão de bem-estar que me envolve a alma, nada como fechar os olhos e imaginar o paraíso na terra, sentir o vento a bater na minha cara dando-me a sensação da liberdade que me foi concedida.
Nestes momentos de reflexão junto à imensidão do mar sinto como se uma espécie de melodia invadisse a zona onde me encontro, sentindo-me assim arrastada pelo vento, mas no entanto ninguém me toca, é a consequência de ter asas imaginárias! Sinto apenas a cabeça a pairar no nada, longe de tudo e de todos. O mar tem por hábito meter as pessoas que acreditam nele num estado ZEN, completamente ZEN.
Quem não gosta de estar perante o mar para tomar uma decisão complicada?! Até o povo diz que a água do mar tem efeitos curativos!

1 de julho de 2010

Poesia

Poesia gráfica realizada no âmbito da cadeira de Oficina de Texto.
A poesia transmite-me uma melodia que me faz embarcar numa viagem aparentemente sem retorno. Uma viagem de sonhos, de histórias, de fantasias, de amor, de solidão... De tudo o que os diferentes autores que captam a minha atenção me fazem entender.
A poesia descreve assim um tempo, uma vida, um sentimento. Eleva-me o espírito a pensar mais além sobre vários assuntos que caracterizam a sociedade, num estilo intemporal.
Isso também me acontece com o grande Luís Vaz de Camões. Acerca da vida desta figura ilustre portuguesa, pouco se sabe. De senso comum conhece-se que iniciou a sua carreira como poeta lírico, levando uma vida boémia e turbulenta. Combateu bravamente ao lado das forças portuguesas e escreveu a sua obra mais conhecida “Os Lusíadas”. Nesta magnânima obra, Camões cantou sem música os grandes feitos dos heróis portugueses, não apenas as suas vitórias militares, mas também algumas conquistas sobre o espaço físico, com recorrente uso de alegorias clássicas. O próprio título já sugere as intenções nacionalistas por detrás da obra. Camões, deste modo, foi um renovador da língua portuguesa, hoje é uma referência para a comunidade lusófona internacional. Devido à sua grandeza e universalidade, é um dos mais importantes épicos da época moderna.
Algo mais verdadeiro que o sentimento impresso na obra épica que muito dá que falar aos estudantes de ensino secundário, penso que não existe. É o sentimento impresso no papel das conquistas e vitórias dos nossos antepassados que contribuíram para o Portugal de hoje. E é uma autêntica aventura ler sobre esse passado português, ler a bravura nas palavras de Camões que nos fazem reflectir o herói que fomos, o herói que somos.

8 de junho de 2010

Pele

O que está escrito na nossa pele só a nós nos diz respeito.
Às vezes encontra-se o desejo ardente de querer outra determinada pele em contacto com a nossa, outras, é a repudia de outra pele.
No entanto, pele com pele é o melhor doce, muito melhor que o mais delicioso chocolate suíço, extremamente preferível a esse apetecível chocolate com leite.
É tudo uma questão de pele: o toque de outra na nossa, o desejo dela, a repudia dela. Pele com pele!

A vida resume-se às peles!

17 de maio de 2010

Um dia a minha vida vira um livro

Vanessa Cesário
Certamente todos já pensaram que a sua própria vida poderia muito bem virar um livro. Uma comédia, um romance, um drama. Não interessa o género literário, interessa sim a ideia expressa por detrás do livro.
São tamanhas as aventuras que um ser humano passa pela sua existência que elas todas, um pouco mais elaboradas e mais detalhadas, poderiam constituir um belo livro sobre a vida, sobre o comportamento de um único ser humano, o que por sua vez, esses mesmos sentimentos expressos em cada frase, em cada letra que constituiriam o tal livro, seriam revelados com tamanha dedicação que o leitor se identificaria com as próprias palavras do autor, com os próprios actos passados que o autor exporia num livro para gritar ao mundo o que sentia.
É rara a pessoa que quando tem um sentimento/emoção por algo, ao ler uma frase num livro qualquer não se identificar com essa mesma frase. Todos nós já passámos por isso, até ouvindo letras de música que se adaptam ao nosso estado de espírito.
Há coisas que deveriam ficar escritas, tal como experiências mal formuladas que nos fazem reflectir como é que as devemos executar direito. Mas o ser humano é estúpido ao ponto de cometer sempre o mesmo erro, ou seja, de efectuar essa mesma experiência como da primeira vez, da forma errada. Talvez com mais uma oportunidade o erro deixe de ser erro e passe a ser perfeição. Após tantas peripécias envolvidas entre duas ou mais pessoas, o erro começa a ser inevitável para uma discussão. Talvez essas duas ou mais pessoas não façam o que na realidade deveriam fazer: dedicarem-se de corpo e alma para fazerem do erro perfeição. Quando apenas uma pessoa dedica-se deste modo, as discussões aumentam pelo sentimento imposto por parte de uma não ser retribuído por parte de outrem. No entanto se o ser humano às vezes não fosse estúpido e ignorante talvez conseguisse perceber o quanto as pessoas se esforçam para tornar aquele pequeno erro que faz a diferença, numa pequena perfeição.
Nenhuma relação deste mundo é complicada, as pessoas é que as complicam. Quando falo aqui de relação não me refiro só a relações amorosas, mas também familiares, profissionais e de amizade. Apenas existe algo que difere entre as pessoas intervenientes dessa relação, existem apenas pequenos actos que as pessoas fazem, intitulados como pequenos erros que as pessoas cometem, normalmente sem terem a noção que os cometeram.
Nisto tudo, há sempre alguém que escreve sobre esse assunto. Há sempre alguém que se põe na pele desse ser humano e reflecte para a escrita a dor e a mágoa que resistiu aos dias.
Mas os livros não falam só de erros entre relações, também falam sobre a felicidade que provém dessas mesmas relações. Quer em qualquer idade, sentimos sempre uma vontade de gritar o que nos vem da alma, grito esse que pode ser feito através da escrita. Ainda hoje me lembro de uma espécie de livro que intitulei como ‘O MEU GRITO’ dando voz aos meus pensamentos durante um ano, contudo não teve o efeito esperado. Muitas pessoas não gostam de ler pensamentos, outras apenas não percebem o porquê daquilo, enquanto outras não entendem nem dão a devida conotação a cada palavra escrita. Expressei cada sentimento com a alma em cada parágrafo, em cada palavra para simplesmente ter sido jogado fora quando mal foi lido pelo seu único leitor. Talvez o erro fosse meu por ter desperdiçado 8 mil palavras para alguém que nunca se importou com cada palavra que escrevia. Provavelmente se realmente conseguisse sair deste mundo de fantasia no qual me encontro, pudesse perceber que a vida real não acontece como nos filmes, tal como em “Confessions of a Shopaholic” em que a protagonista, jornalista que escreve semanalmente uma coluna para uma revista, num acto de desespero para não perder o seu grande amor, escreve algo profundo e sincero relacionado com a sua vida nos últimos tempos, fazendo com que ele quando lê a tal coluna se aperceba do que está a perder e corre ao encontro dela fazendo de tudo para não a perder de vez. Neste momento parece que a vida só é perfeita nos filmes e desenhos animados. Na realidade uma pessoa pode escrever mil e uma coisas que quase nunca move um ser humano que está disposto a não alterar a sua ideia em relação à palavra “nós”. Este “grito” difere duma expressão que quando tinha 14 anos usei no meu diário “Nunca me senti tão feliz, sinto-me nas nuvens!”; expressão esta que não consegue traduzir todo o pensamento que na altura me vinha à cabeça nem a situação que me encontrava, talvez pela idade e pela ingenuidade da altura, o que quer dizer que cada pessoa em diferentes idades possui relações que causam uma espécie de borboletas no estômago, mas que com o passar do tempo, com o passar da idade, as relações que se fazem são mais maduras e a conotação das palavras provenientes dos gritos que temos de proferir, tornam-se ainda maiores.
Em alguns momentos sentimos vontade de apagar certas coisas, começar tudo de novo. Podemos escrever o livro da nossa vida. Lê-lo, não gostar e redigi-lo de novo. Tentar ao máximo fazer com que o erro se torne perfeição. Passar momentos com insatisfação e mau humor é uma autêntica perda de tempo, não é a solução para redigir o erro.
Agora, e sempre, devo eu deixar de lado tudo o que me impede de realizar os meus sonhos hoje.
Sempre na constante busca pela felicidade.

23 de abril de 2010

Saber viver

Vanessa Cesário
A meu ver há pequenas coisas que podemos voluntariamente fazer que marcam a diferença na nossa própria vida. A maneira de como vemos as coisas depende da forma de como as queremos sentir e, do tamanho da importância que lhes damos.
Nada como um bom desafio, uma boa acção que nos faça sorrir, que nos meta bem connosco próprios. É tão bom fazer as mais pequenas coisas não se importando com nada mais sem ser com aquilo que fazemos. A isto chama-se saber viver!
Para o ser humano ser feliz há coisas que deve voluntariamente fazer, tais como:
- Desfrutar de um bom café com uma boa companhia.
- Ter um bom tema de conversa.
- Fazer uma boa praia em 15 minutos para aproveitar as escapadelas das nuvens.
- Beber um bom chá ouvindo boa música.
- Fazer boas compras.
- Tentar no máximo quase nunca se chatear.
- Ver o mar ouvindo aquela música no mp3.
- Correr numa promenade.
- Descansar numa espreguiçadeira debaixo de um sol quente.
- Beber chocolate quente, enrolado nos lençóis, vendo um bom filme.
- Fazer piqueniques nas horas mais impróprias.
- Acordar com um sorriso no rosto.
- Ouvir a música que dá pica para dançar enquanto nos arranjamos para sair.
- Desfrutar de uma boa refeição num sítio caríssimo.
- Fazer uma longa viagem só para sair da rotina.
- Sair à noite para curtir o som.
- Abraçar a melhor amiga com o abraço mais sincero do mundo.
- Desfrutar do nascer do sol sentindo a maresia.
- … e muito mais coisas que podemos voluntariamente fazer para aproveitar as circunstâncias que a vida nos proporciona.

A isto chama-se VIVER. Simplesmente... Não há nada como saber viver! *

19 de abril de 2010

Tavlez um dia!

Se uma etapa se fecha, e ao fechar-se faz-te sofrer: deves tu deitar fora tudo o que te lembra dela. Recordações, fotografias, objectos, tudo. Caso ela volte, voltará com mais força que nunca, com novas recordações, novas fotografias, novos objectos. Tudo aquilo por que te prendes hoje, se realmente merecer voltar, voltará mais renovado, com mais força que nunca.
No entanto, caso as circunstâncias da vida decidam que essa etapa não valeu de nada na tua vida e não voltar mesmo, a melhor coisa que fizeste foi, na verdade, teres deitado fora tudo aquilo que te fazia lembrar, tudo aquilo que te fazia chorar, tudo aquilo que te permitia recordar.
Mas nunca se apagarão as memórias, as doces sensações passadas em conjunto, nunca.
Um dia voltará porque nada foi em vão. (?)
Um dia, um dia...
Talvez um dia.

30 de março de 2010

Opções

Quando há duas opções em que uma delas tem que ser tomada, escolhes sempre a que apresenta um vício aliciante. Por ser isso mesmo, um vício, vai-te enganando até que te apercebas que ela era tudo menos a melhor opção. Quando foges para te refugiares na outra opção... apercebeste que nada nem ninguém fica semanas, meses, anos à tua espera. As coisas tais como as pessoas mudam. Ficas com a noção de que o sentido "crescer" não só é apontado para a tua fisionomia mas sim para as tuas acções. Aprendes sobretudo que o caminho mais fácil para a felicidade não está nas coisas mais bonitas e aliciantes que te oferecem apenas no início uma dose de 'cocaína e adrenalina', mas sim na outra opção em que terias de construir o caminho para seres feliz.
Pedra por pedra aprenderás que na realidade vais conquistar todas as sensações boas da opção com melhor aparência devido à adrenalina que te proporciona à primeira vista e nos primeiros momentos. Mas é só isso, nos primeiros momentos. Logo logo terás a percepção que com a opção que inicialmnete não escolheste vais construir o caminho passo a passo, pedra a pedra e verás que irás obter a adrenalina por tempo quase infinito.
Mas corres o risco dela ter-se sentido tão rejeitada ao ponto de ela própria se riscar da tua lista de opções. E depois?

Vivendo e aprendendo...

21 de março de 2010

Chocante

Hoje fiquei chocada com algumas coisas que se passam na noite madeirense.
Mulheres estranhas que se envolvem publicamente e brutalmente com homens igualmente estranhos. Homens com mulheres com o quadruplo e quíntuplo da minha idade a dançarem de maneira mais que extravagante, completamente! Tentativas falhadas de homens que só se aproximam com objectivos interesseiros. Vozes que fazem questão de nos dizer que quem amamos apanha bebedeiras descomunais sem se conseguir aguentar em pé. Muitas dessas tentativas falhadas de homens interesseiros estão também na base da escada de uma bebedeira descomunal. Muitos são comprometidos. Muitos traem todas as noites. Muitos não têm vergonha e repetem dia após dia...
Isto tudo deixa-me nostálgica.
Se a falta de segurança e confiança resume-se a isto que antecede sempre após 5 dias úteis, então teremos uma vida bem fodida.

Ao ir para casa observando a baixa do Funchal toda iluminada pelos primeiros raios de sol, envolvida com o calor da primeira manhã de Primavera, apetecia-me não dormir. Apenas ficar acordada o dia todo a desfrutar da sensação do vento a bater levemente na cara arrepiando os meus braços, ao mesmo tempo que me aquece a alma.
Subitamente lembrei-me que fazia bem acordar cedo e aproveitar um domingo de sol na companhia daquele alguém especial. :)@

19 de fevereiro de 2010

Mensagens confusas

Um dia escrevo-te uma canção sobre as mensagens que as pessoas deste planeta que habito me transmitem.
Olhares, gestos, acções. Apenas mensagens confusas, demasiado confusas.
Há dias em que apetece descobrir o mundo mas ficar por casa. Apetece gritar mas não proferir nem uma palavra, só suspirar. Suspiros inseguros que se intitulam como sombras numa imagem, uma única imagem que pode ser intitulada por mim.
Cada vida é um jogo onde os seres humanos têm que ser tratados como tal e não como meros objectos. O Homem não pode ser comparado a uma t-shirt preferida de alguém, mas às vezes fazem com que ele se sinta igual a ela. Por a preferir tanto, o dono mete-a num cantinho do armário para não a estragar. As t-shirts preferidas também têm que ser usadas vezes sem conta, invejadas pelos transeuntes. No entanto inúmeras vezes é deixada lá no seu cantinho daquele seu armário enquanto que o dono usa até dizer chega as demais que completam o restante. Por usar tanto o que não devia usar excessivamente ninguém se lembra da sua t-shirt preferida. Ninguém se lembra do quanto gosta dela. Ninguém sabe o valor que lhe dá.
Talvez o amor seja mesmo isto. Talvez seja uma coisa que deveríamos guardar para nós por ser e para ser mais especial. Mas esse dono da t-shirt exagera. Exagera demais no uso das outras enquanto que a especial permanece inutilizável. É exagero a mais os elogios que as demais vulgares recebem por ele e pelos outros enquanto que a preferida é esquecida por todos. Será esquecida por ele? Em momentos alguns de certeza que a esquece, caso contrário não ficaria sempre num cantinho. Mas no amor não se esquece. Quem ama sabe que nunca se esquece. Recorda-se sempre. Fala-se sempre. Será que o possuidor da t-shirt tem a certeza que a adora imenso para a guardar tanto só para si? Até pode ser. Sentimentos profundos que nutrimos não são para serem banalizados. Mas será que são mesmo assim profundos? Como é que vai ser quando a preferida, cansada de ser posta de lado, subitamente espreitar pelo armário e ver que o dono usa e abusa das banais? Como será que ela se vai sentir por ser a preferida mas ser sempre posta de lado? A isto chamam-se mensagens confusas, demasiado confusas. Mas o amor é isso mesmo, e isto pode-se tornar numa canção com uma mensagem. É confuso, demasiado confuso. Com um olhar, um gesto, uma acção fornece mensagens confusas, demasiado confusas. Será mesmo amor que o indivíduo nutre pela t-shirt ou apenas ainda não obteve provas suficientes para virar a paixão do avesso e fazer com que isso lhe vire o coração com amor? Com mensagens confusas é que o amor não vem nem lhe dá a volta à cabeça. São apenas opiniões provenientes duma canção que um dia se poderá realizar!

E a t-shirt? É a preferida do dono. A preferida é apenas uma sombra, um fantasma.
A sua sombra, o seu fantasma.

15 de fevereiro de 2010

São Valentim

Inesperado, surpreendente, adorável.

Afinal este vício nem sempre é mau, nem sempre nos trás ciúme nem insegurança. É uma grande sensação, atrevo-me a dizer que é a melhor de sempre. Estes gestos às vezes devem ser assim, escassos, mas quando feitos devem ser arquitectados com tamanha dedicação para serem relembrados naqueles momentos de ciúme e insegurança.
A escrita não transmite a riqueza dos pensamentos que me envolve hoje, agora. Nenhum ser humano tem o dom de transpor em palavras um completo sentimento. Mas acredita que... a sensação é grande!

30 de janeiro de 2010

Pequenos detalhes, pequenos nadas

Oferecer uma flor ou mesmo encher o quarto de flores, é um pequeno gesto significativo, o que para alguns é meramente um pequeno nada.
A vida é feita de pequenos gestos, de pequenas palavras, de pequenos toques, de pequenos cheiros, de pequenos sons, de pequenos olhares… a vida é feita de pequenos detalhes, de pequenos nadas.
Um nada resume-se aos módicos pormenores que causam toda a diferença. Na verdade tudo funciona como uma chávena, quando quebrada sempre podemos colar as peças e usá-la de novo... mas nunca fica 100% restaurada, ao bebermos nela há sempre pequenas fugas que fazem toda a diferença. É necessário restaurar a falta de pedacinhos que se perdeu. É fundamental fazer com que a chávena continue a ser a chávena que funciona bem, sem fugas. É indispensável ter em atenção os pequenos detalhes, caso contrário… perde-se uma bela chávena!
Tudo funciona com detalhes, com pequenos nadas. Detalhes esses que podem ser supérfluos para a maioria mas que valem o mundo para a minoria.

Eu faço parte da minoria. :)

24 de janeiro de 2010

Identidade

Vanessa Cesário
A questão do ser. A questão do indivíduo. A questão da identidade. Eu e todos vocês somos seres humanos com passado, presente e futuro. Cada um tem um passado individualmente diferente, mas um passado colectivo igual (passado nacional) o que nos reflecte para a busca de identidade. Somos diferentes mas iguais.

Identidade designa-se por um misto de caracteres próprios e individuais com os quais se podem caracterizar pessoas, animais e objectos uns dos outros, quer diante do conjunto das diversidades, quer pelas suas semelhanças. Deste modo, podemos classificar a palavra "identidade" em dois tipos: a identidade de grupo (familiar, grupo desportivo…) e, identidade de grupo-nação, sendo esta considerada o melhor grupo da identidade por Fernando Pessoa, pois é o único grupo que nos dá a liberdade de sermos nós.
Assim sendo, considero-me portuguesa. Com orgulho digo que o sangue que me corre nas veias é proveniente de antepassados heróicos portugueses que com bravura e audácia desvendaram novos mundos, encarando perigos e desmascarando mitos, o que na época era um grande progresso para o mundo. No aspecto de identidade individual e de grupo, considero-me um ser humano do sexo feminino com raízes em Portugal Continental (Barreiro, Moita e Alcochete), na Ilha de Porto Santo e na Ilha da Madeira, sendo estudante de comunicação, aspirando idealidades que um dia com muita energia e firmeza, vinda dos antepassados e dos progenitores, serão realizáveis.
O uso do conceito de identidade foi-se perdendo, na medida que as Ciências Sociais reconhecem a identidade como uma faceta fisiológica do ser humano apenas nos anos 80. Nesta questão encontramos várias matrizes operatórias compósitas. O discurso da identidade tem sempre um tempo e um espaço, sendo sempre um discurso que exalta o passado, na medida que por "passado" entende-se algo que vamos construindo ao longo do tempo como pessoas e como nação, portanto, se o nosso passado for algo que não ambicionamos, vamos encobri-lo. Este discurso tem também a finalidade de construir um determinado presente para garantir o futuro, sendo um discurso que dentro da área dos linguistas se define como "identidade histórico-cultural" e "identidade linguístico-cultural".
Nós reconhecemo-nos pela diferença. Criamos situações de alteridade que nos colocam no lugar do outro nas relações interpessoais, tendo o melhor relacionamento entre pessoas, o respeito sobre a opinião do outro, do seu modo de viver e do seu modo de pensar. Isto só é possível porque as identidades estão sempre em constante evolução. Para afirmar este facto podemos recorrer às palavras de Onésimo Teotónio: "a preocupação com a identidade está em regra ligada ao confronto com uma realidade exterior"; "é ao confrontar-se com outra cultura que um nacional se apercebe da diferença entre essa e aquela a que pertence".
Como exemplo da busca de identidade temos o caso de Ulisses. Ulisses, foi, nas mitologias grega e romana uma personagem da "Ilíada" a da "Odisseia" de Homero. É a personagem principal dessa última obra, e uma figura à parte na narrativa da "Guerra de Tróia". É um dos mais guerreiros astutos de toda a epopeia grega, mesmo depois da guerra quando passa de peripécia em peripécia, onde conhece modos de vida diferentes, só deseja retornar ao seu reino, Ítaca. Este 'ir de porto em porto', estando de mãos dadas com o multiculturalismo, é ir em busca duma espécie de identidade.
Pelas vozes mais consagradas da literatura, nós portugueses, somos filhos da geração que tinha medo de Portugal. Seriam deste modo os portugueses (nossos antepassados) herdeiros de Ulisses?
Após a reflexão o que se constata é que a nossa visão sobre as coisas (objectos, realidades, acontecimentos) tem que ser mais alargada. Necessitamos ir mais além do que já fomos com o intuito de nos conhecermos mais e persistindo em construir a nossa identidade, porque como diz Fernando Pessoa "falta cumprir-se Portugal"!

21 de janeiro de 2010

"Merda Fodida"

Considera o que há em ti de mais precioso: a tua saúde emocional. Se algo te faz mal, porque tanto o necessitas? A isto chama-se droga, um vício. Ciclo vicioso difícil de travar. Quando pensares por horas e esqueceres-te por minutos, algo não funciona bem no teu organismo emocional. No entanto até pode funcionar, mas se funcionasse a 100% a todos os seres humanos, seriam estas palavras agora escritas? (Pergunta retórica, obviamente!) A droga é como o amor, 'uma merda fodida'. Primeiro principia-se com uma doce paixão pelo desconhecido, um misto de curiosidade e AD-Ventura. Nesta fase pensas por minutos na tal ‘merda fodida’ e esqueces-te por horas. Começa a ser uma prática rotineira, mas uma rotina digamos que boa, em que em tal dia e em tal hora estás pronto e preparado para consumi-la. Chega a um ponto que a rotina vira vício. Se passas um dia sem essa rotina não és o mesmo. Sentes que algo te falta. Algo priva a tua saúde emocional de sorrir e de rir às gargalhadas. O teu organismo não aceita bem esta privação. Pensas que és forte por saber que és adulto (em idade e mentalidade) o suficiente para saber que nunca te viciarás nessa 'merda fodida'. Ao pensares desta forma estás a ser induzido em erro. Isto porque ao fim ao cabo já te viciaste. Podes expressar-te a toda a gente que não te abastardas por uma droga qualquer, mas na realidade mentes a ti próprio pois sentes um vazio na tua saúde emocional e sempre que podes arriscas obter um pouco mais da 'merda fodida' que te viciaste desde o primeiro ápice que a consumiste. Nesta etapa o teu pensamento já trata dela por horas e faz com que a esqueças por minutos. Torna-se inevitável, sendo uma condição para a tua existência. No entanto nesta reflexão provém uma questão ainda mais relevante. Se tinhas as tais certezas (que foram totalmente refutáveis) pois sabias as consequências da tal 'merda fodida', porquê que continuaste a consumi-la sabendo que ias ficar mais arruinado se algum dia não tivesses meios de a obter? Se isso por que te viciaste não te dá garantias de construir um futuro risonho? Se não te dá bases de segurança de um stock de um drug dealer que nunca acaba? Nesta última etapa, já quando és um viciado incontrolável, tens que pensar se essa 'merda fodida' é o que queres mesmo para a tua vida. Se ela só te estraga o organismo, se ela não vem até a ti de borla, se não te dá as vitaminas e proteínas que o teu corpo necessita para uma existência saudável... É mesmo isso que tu queres? Porque raio continuas atrás apesar de tanta bap trip que isso te faz passar? Inevitável porquê? …Porque a droga e o amor são isso mesmo, são uma autêntica “merda fodida” que até faz com que as pessoas mais inteligentes se viciem.

Eu sou inteligente, e tu?