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30 de janeiro de 2010

Pequenos detalhes, pequenos nadas

Oferecer uma flor ou mesmo encher o quarto de flores, é um pequeno gesto significativo, o que para alguns é meramente um pequeno nada.
A vida é feita de pequenos gestos, de pequenas palavras, de pequenos toques, de pequenos cheiros, de pequenos sons, de pequenos olhares… a vida é feita de pequenos detalhes, de pequenos nadas.
Um nada resume-se aos módicos pormenores que causam toda a diferença. Na verdade tudo funciona como uma chávena, quando quebrada sempre podemos colar as peças e usá-la de novo... mas nunca fica 100% restaurada, ao bebermos nela há sempre pequenas fugas que fazem toda a diferença. É necessário restaurar a falta de pedacinhos que se perdeu. É fundamental fazer com que a chávena continue a ser a chávena que funciona bem, sem fugas. É indispensável ter em atenção os pequenos detalhes, caso contrário… perde-se uma bela chávena!
Tudo funciona com detalhes, com pequenos nadas. Detalhes esses que podem ser supérfluos para a maioria mas que valem o mundo para a minoria.

Eu faço parte da minoria. :)

24 de janeiro de 2010

Identidade

Vanessa Cesário
A questão do ser. A questão do indivíduo. A questão da identidade. Eu e todos vocês somos seres humanos com passado, presente e futuro. Cada um tem um passado individualmente diferente, mas um passado colectivo igual (passado nacional) o que nos reflecte para a busca de identidade. Somos diferentes mas iguais.

Identidade designa-se por um misto de caracteres próprios e individuais com os quais se podem caracterizar pessoas, animais e objectos uns dos outros, quer diante do conjunto das diversidades, quer pelas suas semelhanças. Deste modo, podemos classificar a palavra "identidade" em dois tipos: a identidade de grupo (familiar, grupo desportivo…) e, identidade de grupo-nação, sendo esta considerada o melhor grupo da identidade por Fernando Pessoa, pois é o único grupo que nos dá a liberdade de sermos nós.
Assim sendo, considero-me portuguesa. Com orgulho digo que o sangue que me corre nas veias é proveniente de antepassados heróicos portugueses que com bravura e audácia desvendaram novos mundos, encarando perigos e desmascarando mitos, o que na época era um grande progresso para o mundo. No aspecto de identidade individual e de grupo, considero-me um ser humano do sexo feminino com raízes em Portugal Continental (Barreiro, Moita e Alcochete), na Ilha de Porto Santo e na Ilha da Madeira, sendo estudante de comunicação, aspirando idealidades que um dia com muita energia e firmeza, vinda dos antepassados e dos progenitores, serão realizáveis.
O uso do conceito de identidade foi-se perdendo, na medida que as Ciências Sociais reconhecem a identidade como uma faceta fisiológica do ser humano apenas nos anos 80. Nesta questão encontramos várias matrizes operatórias compósitas. O discurso da identidade tem sempre um tempo e um espaço, sendo sempre um discurso que exalta o passado, na medida que por "passado" entende-se algo que vamos construindo ao longo do tempo como pessoas e como nação, portanto, se o nosso passado for algo que não ambicionamos, vamos encobri-lo. Este discurso tem também a finalidade de construir um determinado presente para garantir o futuro, sendo um discurso que dentro da área dos linguistas se define como "identidade histórico-cultural" e "identidade linguístico-cultural".
Nós reconhecemo-nos pela diferença. Criamos situações de alteridade que nos colocam no lugar do outro nas relações interpessoais, tendo o melhor relacionamento entre pessoas, o respeito sobre a opinião do outro, do seu modo de viver e do seu modo de pensar. Isto só é possível porque as identidades estão sempre em constante evolução. Para afirmar este facto podemos recorrer às palavras de Onésimo Teotónio: "a preocupação com a identidade está em regra ligada ao confronto com uma realidade exterior"; "é ao confrontar-se com outra cultura que um nacional se apercebe da diferença entre essa e aquela a que pertence".
Como exemplo da busca de identidade temos o caso de Ulisses. Ulisses, foi, nas mitologias grega e romana uma personagem da "Ilíada" a da "Odisseia" de Homero. É a personagem principal dessa última obra, e uma figura à parte na narrativa da "Guerra de Tróia". É um dos mais guerreiros astutos de toda a epopeia grega, mesmo depois da guerra quando passa de peripécia em peripécia, onde conhece modos de vida diferentes, só deseja retornar ao seu reino, Ítaca. Este 'ir de porto em porto', estando de mãos dadas com o multiculturalismo, é ir em busca duma espécie de identidade.
Pelas vozes mais consagradas da literatura, nós portugueses, somos filhos da geração que tinha medo de Portugal. Seriam deste modo os portugueses (nossos antepassados) herdeiros de Ulisses?
Após a reflexão o que se constata é que a nossa visão sobre as coisas (objectos, realidades, acontecimentos) tem que ser mais alargada. Necessitamos ir mais além do que já fomos com o intuito de nos conhecermos mais e persistindo em construir a nossa identidade, porque como diz Fernando Pessoa "falta cumprir-se Portugal"!

21 de janeiro de 2010

"Merda Fodida"

Considera o que há em ti de mais precioso: a tua saúde emocional. Se algo te faz mal, porque tanto o necessitas? A isto chama-se droga, um vício. Ciclo vicioso difícil de travar. Quando pensares por horas e esqueceres-te por minutos, algo não funciona bem no teu organismo emocional. No entanto até pode funcionar, mas se funcionasse a 100% a todos os seres humanos, seriam estas palavras agora escritas? (Pergunta retórica, obviamente!) A droga é como o amor, 'uma merda fodida'. Primeiro principia-se com uma doce paixão pelo desconhecido, um misto de curiosidade e AD-Ventura. Nesta fase pensas por minutos na tal ‘merda fodida’ e esqueces-te por horas. Começa a ser uma prática rotineira, mas uma rotina digamos que boa, em que em tal dia e em tal hora estás pronto e preparado para consumi-la. Chega a um ponto que a rotina vira vício. Se passas um dia sem essa rotina não és o mesmo. Sentes que algo te falta. Algo priva a tua saúde emocional de sorrir e de rir às gargalhadas. O teu organismo não aceita bem esta privação. Pensas que és forte por saber que és adulto (em idade e mentalidade) o suficiente para saber que nunca te viciarás nessa 'merda fodida'. Ao pensares desta forma estás a ser induzido em erro. Isto porque ao fim ao cabo já te viciaste. Podes expressar-te a toda a gente que não te abastardas por uma droga qualquer, mas na realidade mentes a ti próprio pois sentes um vazio na tua saúde emocional e sempre que podes arriscas obter um pouco mais da 'merda fodida' que te viciaste desde o primeiro ápice que a consumiste. Nesta etapa o teu pensamento já trata dela por horas e faz com que a esqueças por minutos. Torna-se inevitável, sendo uma condição para a tua existência. No entanto nesta reflexão provém uma questão ainda mais relevante. Se tinhas as tais certezas (que foram totalmente refutáveis) pois sabias as consequências da tal 'merda fodida', porquê que continuaste a consumi-la sabendo que ias ficar mais arruinado se algum dia não tivesses meios de a obter? Se isso por que te viciaste não te dá garantias de construir um futuro risonho? Se não te dá bases de segurança de um stock de um drug dealer que nunca acaba? Nesta última etapa, já quando és um viciado incontrolável, tens que pensar se essa 'merda fodida' é o que queres mesmo para a tua vida. Se ela só te estraga o organismo, se ela não vem até a ti de borla, se não te dá as vitaminas e proteínas que o teu corpo necessita para uma existência saudável... É mesmo isso que tu queres? Porque raio continuas atrás apesar de tanta bap trip que isso te faz passar? Inevitável porquê? …Porque a droga e o amor são isso mesmo, são uma autêntica “merda fodida” que até faz com que as pessoas mais inteligentes se viciem.

Eu sou inteligente, e tu?